segunda-feira, 7 de maio de 2012

Livre

Nunca foi tão longe
A ave canora
Do meu pensamento
Viaja agora
Ao colo do vento,
Visita rochedos
Paira sobre a areia
Percorre redonda
Toda a lua cheia...
Se dantes servia
Ao quarto minguante
Num périplo triste
Apaziguado,
Hoje guarda silencio
Mas tão povoado
Que é como uma bolha
De sol coalhado...
Pelo ar palpita
O seu adejar
Só se percipita
Pr´a beijar o mar
Não conhece o medo
Da bala perdida
Pisa o segredo
Da vida...
Colorida e breve
Seta de plumagem
Sonha, cria, escreve
Tudo à sua imagem,
E fita sem medo
Os olhos da margem
Assim se concentra
No ato de ser
E voando entra
No cais de morrer...




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