E é nesta primavera, dolorosa e fria
Que todos nós esperamos,
Que a terra, encharcada e vazia
Tem saudade dos ramos...
Nas árvores, com seus braços
Nus e esquálidos
Começam a apontar
Uns vestígios de cor
Sem sol para copular
E dos frutos sem sabor
Mirrados, muito pálidos
Poucos hão-de vingar...
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Portugal anoitece
de vagar...
Não perdoa nem esquece
Tenta continuar!!!
É um país cuja cabeça branca
Ainda se levanta
Com a nobreza
E a força do passado,
Lutando contra a incerteza
Com seu histórico herdado...
Abril de àguas mil
Está aí!
Outro Abril o fez cantar e ser
Cingindo cravos vermelhos
(a saudade nos faz a todos velhos).
Hoje, nada mais existe
Do que um povo sofrido, despojado e triste.
E quando a primavera nacional enfim surgir
Encontra Portugal em frente ao mar
Sem novas caravelas a partir...
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