Ficou ali
Debaixo de uma escada
Tirou dos sacos uma manta usada
Que estendeu no chão
Fez um ninho de cão
Com palha e farrapada
Cobriu-se com jornais
(Que até falavam dele
E outros tais
Pois cada vez há mais!)
Fez um docel
Com uma velha pele
Rafada
Encomendou-se ao Nada
E dormiu
A cidade, passando açodada
Não via nada
E a familia
Fingia que não o conhecia...
Ali ficou até anoitecer
Viriam as senhoras a oferecer
Sopinha quente e uma maçã
Só para confortar
E ele irá guardar
Em cada mão
Um pão
Para comer de manhã
Se acordar...
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